sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Notícias do fim do mundo

Eu sou do tipo que acredita que o mundo tem vários fins do mundo. Os fins do mundo bons e ruins, aqueles lugares que nao se da nada por eles e aqueles fins de mundo maravilhosos como esse que me encontro.

San Pedro de Atacama é o nome da cidade. Um nadinha no meio de um nadao. Bem no centro do deserto mais alto e mais seco do mundo, o Atacama.

A cidade é basicamente uns 8 quarteiroes, onde voce anda e frequentemente a cidade acaba. Talvez esse aqui seja o fim de mundo mais turístico que existe, nos poucos quarteiroes encontramos 3 tipos de casas, todas de adobe mas que funcionam como hospedagem, agencias de viagem e restaurantes bem descolados no clima deserto. É sensacional estar em uma cidade que deve ter uma agencia de turismio por nativo. De fato, os turistas aqui (na maioria inexplicavel francesa) somam mais de 3 vezes a populacao local. E todos estao aqui por atrtacoes que estao a kilometros da cidade, para isso servem as agencias de turismo. E foi por esses passeios que viemos aqui.

Já chegamos, instalamos em um quarto para 8 que estava vazio, mas logo se alojara mais dois belorizontinos e quatro portugueses. Dominamos o idioma.

Contratamos a empresa de turismo, e passamos aos passeios.

O primeiro dia fomos ao Valle de La Luna, talvez um dos lugares mais incríveis que eu já vi na minha vida. O lugar tem esse nome pela formacao rochosa, no meio daquele mar de areia do deserto parecer o solo lunatico. Essa comparaçao é um pouco forçada, mas o lugar é lindo. Ao mesmo tempo que observava o lugar e ficava maravilhado com aquilo, me desesperava por saber que nunca iria conseguir escrever, contar, ou mesmo mostrar em fotos que tiravamos alopradamente o que eu estava vendo naquele lugar. Com o por do sol, dunas, formaçoes rochosas, misturados ao sol que fazia com que o ambiente apresentasse cores que eu nunca tinha visto e creio nunca vou ver de novo. Isso tudo no deserto. Do passeio, ainda vale o destaque a bolinha de tênis achada no meio do deserto, e da subida que me fez, pela primeira vez sentir o despreparo físico e/ou altitude (2.735m) na viagem. Se for altitude, estou lascado, nosso destino daqui a uns 6 dias tem 4100m, Potosí, na Bolìvia.

Hoje fomos a dois locais bem interessantes. Um povoado, chamado Toconao, abriga um antigo rio (antigo mesmo, ja que hoje ele è um corrego) no meio do deserto. O rio, virou um caniion, que pela pouca água que ainda passa se transformou em um bosque! Do nada, depois de 2 dias respirando poeira desertica entrei em um bosque e relembrei o bem que o verde faz. Seguimos ao Salar de Atacama. Um deserto de sal. Uma lagoa existia ali, secou em frande parte, e ficou o sal, era sal até perder de vista, e algumas poçasa da lagoa, onde flamingos passavam a tarde tranquilos, mesmo com a nossa presença. O por do sol foi sensacional, aliàs o por do sol tem sido sensacional nos últimos 4 dias.

Agora, vou passar minha última noite aqui, nessa cidadezinha de fim de mundo, sem uma casa de tijolos, quiça um predio, que lembra a cidade do filme "A máquina" que alias é minha dica cinematográfica de sempre (em Santiago, a Valentina a recepcionista gente boa do albergue, para quem o Xandinho ensinou toda sua malemolencia do samba, conhecia esse filme, achei incrível).



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NOTA SOBRE A SAUDADE



Eu sempre curti uma saudade. Como Brás Cubas disse em suas memòrias póstumas é sensacional usar uma bota apertada só pelo prazer de tirá-las e colocar os pés na água. Essa viagem me traz um sentimento estranho da saudade. Já senti saudades de gente que já virou presunto, de gente que nao gostava de mim, de cachorro, ja senti saudade de como a pessoa era, mesmo achando que ela estava melhor do outro jeito, já senti saudade e raiva junto, e já senti saudade sem saber.

A saudade atual, aperta mais a cada dia e é bem diferente. Diferente porque nao estou a uma ligaçao de celular e uym encontro daqui a 20 min na Praça da Liberdade. Mas a principal diferença é que a saudade existe, mas a necessidade de continuar feliz por aqui existe taoforte quanto. Ai chego a conclusao que essa saudade é ainda mais sáudavel que as outras, é a vontade de que as pessoas queridas estivessem vivendo isso aqui comigo. É a vontade de ter a Natália do meu lado no por do sol no Valle de La lunda, a vontade do Thomaz me acompanhar em um bife de chorizo na Argentina, vontade de meu pai estar do meu lado quando fui ao Estádio Sausalito, no Chile, onde o Brasil jogou a Copa de 62 e nosso Garrincha fez história. Vontade de ver minha mae entrando nas lojinhas de artesanato inca e se encantando com as bonecas incas, que só nao levo de presente porque virariam areia do deserto na minha mochila. Saudade que me faz querer uma saída noturna pelas cidades latinas com o Túlio, rir dos outros com a Clarice, descobrir pessoas incriveis com a Ju, encher a lata de Quilmes com Paulinha, Chcuk,Luiza MAria e cia, ir no Mc Donalds latino e descobrir novos Cheddar com a Horta. Fazer milhoes de coisas com milhoes de pessoas.



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Bom, esse post gigante se deve ao fato que amanha pego um 4x4, sigo no deserto pelo Salar de Uyuni até a Bolívia. Esse percurso dura 3 dias, entao sumirei do mundo virtual durante esse tempo, garanto entretanto, que aproveitarei o mundo real pra caralho.

5 comentários:

Lucas Paio disse...

Mostrei o post do restaurante coreano em Buenos Aires pro Silvino e ele tá perguntando se na decoração tinham insetos de papel crepom e árvores com cara de sorriso, porque ele comeu num restaurante parecido e igualmente ruim! haha

mara disse...

Talezito,como vc escreve bem!Deve ser tudo muito maravilhoso!Com certeza iremos ai.saudades.bjs

clarice disse...

tcheco, to curtindo seus DIÁRIO DE BORDO. hehe.
também to com saudade sua e achei doido vc ter me chamado pelo nome. esse neg´cocio de gueto me frita.
bem, quando vc voltar poderemos rir bastante das pessoas. hahahahaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahahaha. bicho, outro dia eu fiquei sentada no centro um tempááááááásso esperando paulo cabral(que tava sentado em outro lugar também me esprando. tipo do lado do meu. ¬¬)
mas ai fiquei osbervando as pessoas. e achando doido... e rachando de achar doido.
no dia seguinte fiquei osbervando as pessoas nas filas daquelas pormoções delojas de eletrodomésticos. aquelas que não s epode desgrudar do produto e não tem carregador pra vc. o pessoal carregando um ageladéria no meio da curitiba. mutoi engraçado. so compartilhando com vc meus dias tediosos de férias belorizontinos. bem, hj recebi um convite de ir pra sao paulo com minha mãe. se pá.
dia 18 vou pra praia. até lá venho aqui me corresnponder com vc.
depois me conta das miragens do deserto.

:*

Natalia disse...

Meu bem, pra quem esta aqui, morrendo de saudades, como eu, é bom demais ler o blog, ainda mais qndo os textos estao tao cheios de detalhes, como esse aqui. A Marina, minha amiga que ta na belgica, me disse que ta se divertindo lendo seus textos, e olha que eu nem precisei fazer propaganda, ela descobriu o blog sozinha!
Sei que esse nao é nem de perto o melhor dos programas, mas enfim, hj tava vendo a novela das 9 e valeu só pq eu me lembrei de vc. O Juvenal, personagem do Antonio Fagundes, tinha morrido, alias, todo mundo achou que ele tinha morrido mas nao morreu ai o Lazaro Ramos solta uma do tipo "tem cada coisa doida que so acontece com vc e o Botafogo"!!! E tem coisa doida que so acontece com vc tb, tipo encontrar bolinha de tenis no meio do deserto... deve ser "mal" de botafoguense entao! :)
Sua "nota sobre a saudade" foi a coisa mais linda... eu tb estou com muuuita saudade...queria mto, mto mesmo, ter visto esse por do sol do seu lado!!!

Luiza Maria disse...

thalesche, thalesche...
vc me diverte!
e emociona, é verdade. consegui sentir perfeitamente o tipo de saudade que vc diz. até pq eu fui vítima dela antes de terminar de ler: que vontade que me deu de ter ido com vcs! pena...
mas adorei ler o meu nome no post! aguardo seu retorno para tomarmos essa cerveja de nome diferente aí que vc diz que é boa, mas eu duvido que ganhe de uma brahma geladinha. hahahahha brincadeira.
beijos!
e escreva muito mais!