segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Cara Belo Horizonte,

Você como ninguém sabe o bem que você me fez. E é por isso, que nesse teu aniversário de 110 anos to te escrevendo.

A tua importância pra mim é inegável, mas eis que eu te peço um tempo. tempo. Daqui a doze dias, peço um tempo por ver o quanto essa nossa relação, que já foi tão boa, se desgasta nesse ano de 2007. São 7 anos de relacionamento, entre tapas, beijos, cervejas e amigos que estão desgastados. Uns 50 dias sem vermos a cara um do outro creio, e torço, para que faça bem a nossa relação que espero que possa perdurar por décadas, nem que se for, ao menos, uma simples amizade.

Creio que nesses últimos tempos a gente se perdeu. Sinto vontade de sair por aí, dizendo a portenhos, andinos, incas e afegãos que você não vale nada, que não há coisa daqui que se tire e maldizer você pela Sul-América. Mas não dá. Sinto saudade mesmo é do tempo que enchia a boca e a vida de alegria para falar de ti, saudade da época que os caminhos me pareciam novos e eu ainda estava na ponta da pele do coelho do “Mundo de Sofia”. Sinto saudade das descobertas, daquela época em que você me ofertava uma pessoa doidinha de repente, e tão de repente ainda eu tinha mais um amigo pra vida toda. Sinto saudade de chegar em casa e pensar que aquele programa, aquele filme, aquele evento foi o melhor da minha vida.

Você não mudou muito, em alguns aspectos até melhorou. Quem mudou fui eu. E quem passou foi esse tal maldito tempo, o cabelo grande já deixou de ser novidade, muita coisa já deixou.

Daqui a 12 dias eu vou, não me peça para ficar e nem tente, por favor, uma interação forçada e diferente comigo, não vai dar certo. Na volta, prometo ter uma conversa madura e sensata, mas agora necessitamos desse tempo mesmo não sendo tão sensato e nem tão maduro assim. Eu quero é dar o fora.

Você não entende nada do que eu digo.

Até a volta (se cuida),

Thales