sábado, 26 de janeiro de 2008

Ultimas estorias

Sim, últimas. Tipo novela, quando começa a anunciar os tais "últimos capítulos" ai do nada, quando voce ve, a novela acabou e voce perdeu o ultimo capitulo.
Tudo comecou la em Arequipa. Um dos dias mais confusos e desesperdores da viagem. Por um momento ficamos sem saber o que fazer e querendo ligar para Mara Rita e Mariangela para pedir pra ela nos buscar.
La em Arequipa, cidade que nao conhecemos direito pela preguica que estamos de ser turistas a mais de 40 dias, pegamos nosso onbus rumo a Taca, 5 horas e meia de viagem, ate o sul do Peru, fronteira com Arica, nosso destino final, no norte chileno. A viagem ja comecou bizarra, a la America do Sul, com um cara vendendo caramelos, e logo depois pegando um microfoninho da maleta, dando as intrucoes iniciais, e, finalmente, fazendo um discurso demorado, de uns 25 minutos, sobre a saude bucal, e conscientizando a populacao peruana de que era importante cuidar da boca, que isso refletia na auto estima, na saude do etomago, etc. O cara era bom, interagia com a plateia que ficava acordada. Quando eu ja estava com um sorrizinho no rosto, achando muito legal o cara usar aquele espaco ali para tentar algum tipo de conscientizxacao legal na populacao peruana que carece de diversas conscientizacoes o cara me tira da maletinha um produtinho azul, que segundo ele era revolucionario no tratamento de gengivas e dentes. Era um trem azul, que era para ser aplicado junto com o fio dental. Detalhe que era um produto forte, que so poderia ser aplicado duas vezes por semana, o que me deu um pouco de medo. Custava 5 soles, cerca de 3 reais e pouco, e ainda ganhava uma escovinha de dente de carater conscientizador segundo o comissario vendedor. Como fio dental nao e o meu forte, e nao tenh muitas referencias sobre a odontologia andina, passei pra frente.
Logo depois comecaram os filmes que tem em todos os trajetos, cada um e uma surpresa e adivinha: um trilogia do grande governador Arnold Scwazneger, dublados, em espanhol. Tres filmes desse grande ator e a saudade do vendedor bateu.
Bem, ao som de tiros, hasta la vistas, fomos chegando. Sem antes passar por um posto do Ministerio da Agricultura so para ver se voce carrega frutas podres com voce, se nao, pode voltar pro onibus e pro Xuazineguer.
Bom, chegamos em Tacna e a preguica de ser turista foi ao limite. Milhares de taxistas, donos de onibus nos chamando pra ir com eles ate Arica e tal. FOmos no primeiro, ligamos o foda se, mas nao fomos felizes porque mais uma vez tinhamos que passar pela chata fornteira chilena. Juro que eu fiquei com medo dos cachorros ficarem cheirando minha mala. Folha de coca fede pra caramba, e, apesar da gente nao levar nenhuma, quando tinhamos elas ficavam guardadas junto com minhas cuecas, e todas elas estao fedendo oja de coca.
Dessa vez, alem de uma tempestade de areia no meio da fronteira, que fica no deserto, nada se passou.
Chegamos a Arica, e antes de instalaramos na cidade o plano era ja comprar a proxima passagem, para Salta, na Argentina. Ok, vamos la, essa empresa faz, essa tambem. Pergunta la Xandinho, quanto e. Ai a gente ve uma plaquinha dizendo que so tem onibus Sabado, Segunda e Quinta. Uai, entao se pa a gente vai hoje mesmo. E de repente a surpresa, so havia passagens para o dia 8 de fevereiro. Isso nos quebrou por completo. Tentamos todas as possibilidades, e em todas, tinhamos que passar por Salta, saindo do norte chileno, e para fazer isso so dia 8 de fevereiro. ¿E agora? Nao tinhamos nada pra fazer. Cogitamos tudo, pegar um onibus de 30 horas ate Santiago, e ficar repetindo o roteiro, ate um onibus de Arica ate Sao Paulo vimos. Chegamos a conclusao que qualquer coisa que acontecesse a gente ia gastar uma grana preta, e um tempo bom, pra ir nos mesmos lugares do comeco da viagem. Soma se isso ao cansaco do dia, ao cansaco da viagem que cada vez e maior e ai sim quis ligar pra minha mae e pedir para ela vir me buscar. Nao sabendo o que fazer vim para a gloriosa internet.
Varias opcoes testadas, nada que nos agradasse. Ate que, naqueles lances milagrosos de passagens aereas que me fazem lembrar o Didi, achamos uma passagem, em conta, de Santa Cruz de La Sierra, Bolivia, ate a nossa querida Belo Horizonte. Chegar em Belo Horizonte era tudo o que eu queria naquele momento. Cansamos, sentimos saudade, e nao aguentamos mais ser turistas.
Que isso nao desvalorize a viagem, que alias, afirmo que foi e esta sendo a experiencia mais incrivel de toda minha vida. Me sinto hoje mais vivo que antes, mesmo nao faznedo nada, mais parte do mundo, e sem prepotencias, menos doutor daquilo que nao vi, e podendo dizer algumas poucas coisas com uma pouca certeza.
Mas de fato cansamos. O turismo e a intensidade disso aqui cansa, e to apredendo que para coisas serem boas elas nao precisam ser vividas tao intensamente. Essa busca incessante pela intensidade e so uma desculpa nossa para os momentos comuns que nao sabemos aproveitar como deveriamos.
O Canion del Colca, ultimo tour que fizemos, e o maior da America do Sul, uma paisagem linda, mas que nao me impressionou tanto porque nesses ultimos 40 dias vi coisa linda demais. Quero agora aprender a aproveitar os momentos comuns, dar um abraco na minha familia e me sentir la em MachuPicchu, um beijo na Natalia que se pareca com o por do sol, comemorar um gol do Fogao com meu pai com a mesma felicidade de uma conversa legal com alguem de uma cultura tao diferente de mim. Quero comer um feijao tendo um extase tao grande como a bisteca de lhama.
A todos que sao radicalmente contra isso mil desculpas, mas tenho saudades da minha agradavel rotina e todas agradaveis interperies por qual ela passa. Uma delas ja vai ser agora, porque para os que nao sabem no meio de fevereiro vou mudar do gracioso lar da Rua Major Lopes. Vou ali pertinho, subindo a Vicosa, perpendicular, na rua daquele casarao branco, mais detalhes eu ainda nao sei. Mas que eu viva muitos MachuPicchus, Salares de Uyuni, Canions del Colca por la.
Ainda posto aqui, porque ainda nao acabou, mas dia 31/1 eu to chegando ai em Belzonte. Antes ainda tem La Paz de novo, e Santa Cruz de La Sierra. E eu que achava que nao veria altitude tao cedo...

4 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Comum disse...

entendo perfeitamente esse banzo. espero vocês de volta cá outra vez!

Unknown disse...

Dia 31 é uma quinta-feira... Agüenta um Canapé para o primeiro e último encontro do Piano Alemão completo em muitos meses?

Natalia disse...

tb sinto falta de coisas pequenas e cotidianas com vc do meu lado.. vc faz falta demais, isso é tao certo quanto todas as belezas que vc viu por ai...e to feliz demais que vc ta voltando, pra matar de vez essa saudade! Nunca foi tao bom falar um "ate quinta, entao"!